23 de mar. de 2010

Estou sendo.

Ao terminar Lóri-Ulisses, me comecei. No livro da bruxa e na rodovia chovia. Vontade de ser, deixar amarras, ouvir as músicas de ser, ser a paz fundamental, desnecessitar da alegria que, segundo Ela - a bruxa, podemos até nem perceber de tanta-dor. Uma dor que dói por ser, ao ser, em cada momento da pergunta - e eu era eu?

Pra ilustrar, juvenil pela simplicidade, me lembro de doer menos há algum tempo.

21 de mar. de 2010

Aos leões, mas nem tão.

Bom dia. Nas linhas férreas venho rindo, contentamento demasiado.
Alguns degraus e um iceberg em mim, bem dentro de mim. - Oi, um cumprimento simples assim.
E nem tão de repente. Apurações, confirmações. Meu Deus. Adrenalina e (auto - ?)confiança.
Quase-lágrimas de emoção. Quase desacreditado do dia que prosseguiu.
Anestesiado, a qualidade do texto aqui minimizada. Mas constatado o vislumbre. Dias virão e vou ser neles, nos dias.


14 de mar. de 2010

Just dream.

Arrebenta fitinha, por favor, vai! E ela ainda está aqui no meu tornozelo, porque pulso é assumir fé-demais. Nunca gostei de pensamentos muito teocêntricos, mas sem coragem (e motivo) para ser ateu, creio, acredito e persisto, mesmo que por medo de parar, desacreditar. Mas Nossa Senhora Aparecida está aqui, inclusive agora, quando olhei o trapinho vermelho que já nem tem Seu nome legível.

Ensaiei escrever antes mesmo de escrever sobre Elas. Mas precisava ruminar mais um pouco, moldar, ter aval interno. E sonhei! Hoje eu sonhei que uma chuva torrencial chegava no momento em que atendia alguém na portaria de um prédio, a chuva que começava bonita - inundava, a rua-rio até impressionava, mas eu estava diante da situação e olhei, e quando já não era só uma pessoa na portaria, vi amigos, todos reconhecidos em rostos sorridentes e receptivos buscando abrigo desde a portaria até uma porta pequena, e rimos, depois de reconhecer - a chuva, os amigos - rimos, esperamos a chuva passar, e ela passou.

A tempestade passou. O sonho aconteceu no sono, o sonho acontece, as tempestades me inundam de um tipo de mim desconhecido, mas os amigos estão por perto, e já fora do sono - o sonho acontece. E Nossa Senhora!É possível. E a fitinha sequer arrebentou.

"Porque fé quando não se tem, se inventa." Caio...

12 de mar. de 2010

“Não meu bem, não adianta bancar o distante...”

O que é esse gato preto na sala, doutor? Alucinação ou não, minha mãe afirma convicta que tal fato fez parte do meu nascimento notívago, se havia ou não um gato preto num dos momentos que protagonizei minha vida, a questão é que essa história jamais poderá ser confirmada.
Mais tarde-agora, minha fascinação por vozes femininas pode estar associada ao convívio quase majoritário com tias e primas e irmã e mãe e vizinhas e colegas e elas. Hoje Feist, a canadense, Sophie Zelmani, a sueca, ou a irlandesa Dolores O’Riordan e mesmo Ella (quase redundante) e a Billie, quase suprem as ausências das mulheres da minha vida de alguns poucos anos atrás, e eu juro que poderia preencher laudas com nomes d’Elas.


Nas minhas leituras elas tentam, quase predominam, exceto pelo Caio – prin-ci-pal-men-te o Caio, o Fernando Abreu, ou Caio F., o primo careta da Christiane, como costumava assinar algumas cartas. Minha identificação com seus textos é tão intensa que sinto – vezenquando*, ele vivendo nas minhas entranhas.



E depois - ou durante - elas e Ele, ouvindo elas e Ella, eu ouso exteriorizar tanta introspecção – e escrevo: percepção do nada, questionamento coletivo ou só pra não “somatizar”, pois dizem que vira câncer, vai saber... Melhor não arriscar.

Ah! E tem Ela na tela, mas dirigida por ele, aliás, Ele, melhor – outro Ele, o Bergman, sueco (por que mesmo não nasci lá?). Mas isso, isso tem pouco tempo – Sonata de Outono em verão: náuseas, um nó estranho em sábado à noite. Não! Jamais assistirei filmes reflexivos aos sábados à noite outra vez (me contradigo, já vi de novo e novos). Mas a Liv Ullmann (poderia ser Womam, não?) ela é incrível e escreve sobre vida tão sutilmente que me sinto em morte-no-jardim-florido, e releio, revejo-a.


Mas isso tudo (?) faz tão pouco tempo que, quando penso em década de 90, minha memória me apresenta jogo de taco na rua, caminhão de batatas e seus megafones, comprar (e vender) geladinhos, aqueles sucos congelados que levam um tipo de brisa à vida de quem vive nos interiores dos estados e vivem, em verões que hoje, são Bergman.
A coisa cosmopolita que vivo e desejo mais, me remete ao sonho do crescer-na-vida, mas nesse fragmento de vida em papel (?), torno a questionar que vida foi a vivida, qual é a escolhida e pra que lado quero que o furacão me leve, como costumo dizer, no olho do furacão não percebemos sua intensidade, mas o importante é o movimento que ele faz, e sua direção.

8 de mar. de 2010

Sobre as desnecessidades de Eros.

Há uns mais de mil dias, eu li uma matéria, dessas de algumas páginas além e que você tem vontade de rasgar na sala de espera do consultório pra levar pra casa e guardar. Falava de amor - o assunto eterno, a falta d'Ele, o amor. A confusão n'Ele.
Há poucas horas me atentei, ao ler um trecho (do Caio) que, ao buscarmos o amor-a-todo-custo, nos tornamos propensos ao pejorativo, ao ridículo, quase à piedade. Nos tornamos, grosso modo, auto-degradados. Imploramos ao universo um retorno do que engatinhamos, sequer sabemos, imagine, dominar, o amor, Ele.
Espero estar prestes de uma serenidade impreterível, para entender a busca, persistir, mesmo que somente por medo de 'pessimizar', ouvir Ella, Billie, Melody. E paro meio sem jeito, na noite que já quase vira dia, volto pro Caio, lembrando dos amores da matéria de algumas páginas além, que citava Os 4 amores, do C. S. Lewis.

7 de mar. de 2010

1/4 de vida ou vulgo - parabéns pra você.

Sobre a vida e seu prosseguimento tenho a dizer o seguinte. Os caminhos que somos, alguns caminham por nós e outros aos lados, pelo direito e no esquerdo. As gentes são impreteríveis, confirmo convicto.
Sentir-se considerado é uma maravilha, hoje uma satisfação me acompanha e, jus-ta-men-te, por conta de pessoas queridas, seus cheiros, palavras, presenças na medida necessária. A chegada de cada um na vida da gente vem acompanhada de uma introspecção (ou sou louco). E meu Deus do céu. Quantos aprendizados.
Agradeço imensamente pela existência de cada um que chega, sai, fica e permanece, que vai me mostrando implícita ou 'avassaladoramente' quem sou, quem são, somos nós. As ausências e presenças que, de uma forma ou de todas, me deixam reflexivo, e haja.

Haja tempo e disposição para pensar, e penso(amos). Ou tento(amos). Que seja.

"Deve haver alguma espécie de sentido ou o que virá depois?" Caio...


5 de mar. de 2010

Criando motivos.

De uma maneira mais amena eu sigo as tentativas que me dou. A morte é necessária, mas os abortos são fundamentais. Queria colocar uma música, uma sonoridade que traduzisse ca-mu-fla-da-men-te, o que sinto e sou, ou estou.

Procuramos partes, incessantemente, e para compor um todo que julgamos coerente, um contexto desconhecido de partes imaginadas, porque as vividas, queridas por isso vividas, consideramos pouco demais, parte pequena, quase desnecessária.

Queria comemorar uma auto-bodas, bodas de pretexto, criar um tipo de alegria pro que sou, contentar o ao redor com boa conduta, escrever um texto contente, uma alegria em palavra, coisa tola a minha, mas como o Caio diria - eu queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa que escrevi.

Me leia, perceber-me, também é uma coisa que tento, me atento.